domingo, 2 de maio de 2010

Domingo de saudade...






Olá pessoal, espero que estejam bem...
ontem de noite resolvi ficar em casa, apesar do convite da Cristina (amiga) para um churrasco. O Vitor não está bem da garganta e achei que poderia piorar se tomasse sereno.

Hoje acordei com saudade da minha irmã e sobrinha e coincidentemente recebi de um ex. namorado (Alberto) algumas fotos que tiramos há 7 anos atrás na chácara onde minha irmã morava. Acho que a aproximação do aniversário da Isa também trouxe recordações. Ela faria 15 anos e eu e minha irmã fazíamos planos para a festa.

O Acidente
Para quem não sabe, há um ano atrás ocorreu um acidente. Era dia 10 de abril, sexta-feira santa, íamos para Marília: eu, minha mãe, meu filho, minha irmã Andréia, meus sobrinhos: Isabela e Vinícius. Estávamos há 40km de Marília - Guarantã, eu olhei rapidamente ao lado, parecia ter visto um homem, cheguei a comentar com todos do carro sobre ele, quando olhei para frente o carro estava na pista contrária (pista simples)e quando tentei voltar para a pista, o carro capotou. Segundo a polícia, talvez tenha capotado umas 5 vezes...Eu fiquei consciente o tempo todo, quando deu a última volta, saí do carro, puxei meu filho, o Vinícius já estava fora do carro. Quando andei um pouco vi minha sobrinha na frente do carro, na rodovia e minha irmã atrás (rodovia). A minha mãe estava inconsciente e não consegui tirar o cinto de segurança dela. Algumas pessoas pararam para ajudar, desviraram o carro e tiraram minha mãe de dentro do carro. Ficamos com medo de que pegasse fogo, pois saía muita fumaça da bateria.

Eu não sei descrever direito o que sentia. Sabe quando você tem um pesadelo? Eu pensava, Deus, isso não está acontecendo...Não está, acordarei daqui a pouco e tudo voltará como era antes e eu orava muito... O olhar do Vinícius nunca esquecerei: era puro desespero.
A mãozinha da Isa estava roxa e no fundo eu sabia que ela desencarnara, mas não queria acreditar. Eu queria virá-la (ela estava deitada de lado, parecia dormir...), mas pessoas não deixaram. Uma médica aproximou-se e foi perto da Isa procurando pulsação e depois foi perto da Déia. A Déia tinha muito sangue...Muitos dias senti o cheiro de sangue... Ela respirava com dificuldade, mas saía sangue de sua boca e cabeça. Eu não consegui falar com ela... nem me aproximar, doía demais vê-la daquele jeito. Pessoas perguntavam da minha mão se doía, eu não tinha vista e nem sentido nada, mas minha mão esquerda estava bem inchada. Mas não importava isso para mim.
Sangue pingava da cabeça do meu filho, mas eu não conseguia consolá-lo. Uma mulher (agradeço de coração esta pessoa) aproximou-se com uma toalha de rosto, segurou ele no colo e tentava consolá-lo, pois ele só parou de chorar no hospital. Uma outra pessoa colocou um rosário na minha mão. Tenho até hoje ele...

Peguei meu celular na bolsa que estava na rodovia e liguei para meus irmãos pedindo ajuda. O resgate demorou muito...parecia uma eternidade... Quando ele chegou, eu acompanhei as crianças até o hospital e o outro resgate levou a Déia e minha mãe. Quando percebi que eles deixaram a Isa, sabia que ela tinha partido...

A minha mãe ficou alguns dias na UTI, colocou uma válvula na cabeça. Eu não conhecia uma UTI e é muito triste. Para mim foi difícil visitá-la e controlar o choro. Sentia-me culpada e ela parecia tão mal...

O Vinícius foi o único que não machucou e logo foi dispensado pelos médicos e eu fiquei 2 dias com meu filho no hospital. Graças a Deus o corte não foi profundo e ele ficou bem. Só soube do desencarne da minha irmã no domingo... Eu tinha esperanças que ela vivesse...Mas não foi assim, pois ela bateu a cabeça e se sobrevivesse, vegetaria.

Eu fiquei com problema em 3 dedos, eles são tortos, dois não esticam e um não dobra. Fiz fisioterapia por um ano e parei há um mês e pouco. Talvez eu tente novamente e volte para fisio e até opere um deles.

Fiquei 15 dias em Marília e resolvi voltar para o meu dia a dia. Eu morava em Rio Preto há um mês apenas, mudei de emprego, de área e o principal motivo da mudança foi minha família. Queria morar perto deles.

Aproveito para agradecer a todos pelas orações. Graças a elas eu nunca tive pesadelos e consegui superar este momento difícil da minha vida.

Agradeço a Deus a mensagem recebida pela minha irmã no dia 21/5/2009, pois fiquei mais calma ao saber que ela está bem. Na verdade nem tinha como ser diferente, pois ela era especial. Um ser humano ímpar, sem igual. Trabalhava com crianças autistas e amava a todas de todo coração.

Eu sinto muita saudade das duas...O sentimento de culpa passou, pois sei que este acontecimento já estava previsto. Eu não tive culpa de nada. Ao contrário, daria minha vida pelas duas. Por isso sigo minha vida e aguardo o dia do reencontro.
Sei que nos encotraremos...

O que isso mudou na minha vida? Mudou tudo...Os valores, a superação, família e até minha rotina. Meus fins de semana eram bons, em Catanduva...muitas risadas, alegria, família grande... Mas graças a Deus tenho outros dois irmãos que me apoiam muito e que eu amo demais...Agradeço a Deus por deixar meu filho comigo, sem ele não seria possível superar tudo. Aproveito para agradecer a Célia (Matão), pessoa que sempre cuidou do meu filho como uma segunda mãe, esteve comigo em Rio Preto vários dias após o acidente. Deu apoio, ouviu meus choros e mostrou que era possível continuar a vida...

2 comentários:

  1. Sandra é seu nome, e superação, devia ser o sobrenome. Te amo amiga! Beijos! Dani

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  2. Quanta ajuda o espiritismo nos traz, né?!

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