quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Adorei está crônica! A mulherada botando para quebrar!rsrsrs

Até que a lei do divórcio-miojo nos separem

A imagem me impressionou pelo acabrunhamento dos homens, a maioria com aquela tristeza do Jeca no semblante. As mulheres quase todas animadas para tocar a vida, mudar de cena, vamos em frente.
Estamos em Araputanga, 370 km de Cuiabá (MT), observando o primeiro mutirão de separações facilitado pela nova lei do divórcio instantâneo, mais rápido do que a fervura de um miojo. São 70 casais com renda abaixo de mil reais.
Largo a cerveja, naquele calorzão de derreter até as mais inoxidáveis convicções de um homem, e vou bisbilhotar o papo na fila do adeus dos ex-pombinhos.
Os homens continuam sérios, de uma melancolia cabocla de fazer do filme de Lars von Trier uma banal comédia de erros.
Não é que as mulheres comemorem. “Homem é acomodado e morto para muita coisa. Se não arrasto o meu ex, a gente não resolvia essa papelada nem na vida eterna”, diz Alzira (nome fictício), 38.
“Não sei pra quê esse avexamento todo de rasgar o que estava escrito entre nós. A gente não vive no céu, mas dava para ir levando”, responde o ex, José Messias, 48. Eram casados há 20 anos.
A maioria das mulheres do mutirão foi que despertou para o divórcio, alertando os marmanjos que não dava mais, que o amor acaba, que um dia chega, que seria melhor pra “nós dois”.
Aqui em SP, onde o divórcio cresceu 286% em comparação com o ano passado, também por causa da nova lei, não deve ser diferente. Mesmo dentro do consenso, é a fêmea que faz a "operação Lázaro", pra levantar o cara e resolver a situação.
É, amigo, a mulher está conquistando quase o monopólio do pé-na-bunda. De 2008 para cá, os sismógrafos conjugais do IBGE já mostraram que as fêmeas são responsáveis por 71,7% das separações não consensuais –situação em que um pombinho quer cair fora e o outro senta na margem do rio Piedra e chora.
Donde se conclui, repito, que homem é frouxo, só usa vírgula, no máximo um ponto e virgula; jamais um ponto final.
Sim, o amor acaba, mas o homem vai empurrando com a barriga de chope e acepipes.
O marmanjo pode até sair pra comprar cigarro e tragar para sempre o king size sem filtro da covardia e do sumiço. Mas não faz o acerto de contas decentemente -na maioria das vezes.
Só as mulheres têm mais coragem na hora de pingar o ponto borrado da caneta-tinteiro do amor. Não que deixem de sofrer com isso. Só não suportam a enrolação sem fim.
Pingam o ponto final com três exclamações fatais, como nas manchetes sangrentas dos jornais populares.
Escrito por Xico Sá às 19h00

Fonte: http://xicosa.folha.blog.uol.com.br/arch2011-08-14_2011-08-20.html#2011_08-16_20_00_12-161644940-0

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