Postado por Ney Jefferson B. de Souza em A dor e o sofrimento, Deus, a fé, religiões e crenças, Meditações, Terapia de vidas passadas e seus tratamentos sexta-feira, 27 agosto 2010 13:53 Nenhum comentário
Esta semana, ao ler um livro que relacionava o sofrimento humano a Deus, fiz uma reflexão sobre o assunto, afinal a matéria prima do trabalho terapêutico é o sofrimento, seja o psicológico, o emocional, o espiritual, o físico, etc. Assim achei interessante colocar tema tão relevante em pauta.
Esses variados modos de sofrer podem ter as mais diversas origens e ser das mais variadas matizes e, normalmente, relacionados à forma de como as pessoas interagem com o mundo e entre si. Nos casos mais graves, como em alguns pacientes esquizofrênicos que atendi, vi muitas queixas em relação a Deus e em como ele seria uma entidade pouco preocupada com o sofrimento de seus filhos, em outras situações, as pessoas gostam de filosofar sobre o assunto e usam deste tipo de justificativa para explicar sua falta de fé.
Independente do tipo de problema ou psicopatologia que afete o indivíduo vale sempre algum esclarecimento, até porque como em TVP lidamos habitualmente com situações de morte e lembranças do pós-vida, temos um outro olhar sobre essa situação que normalmente fica relegada às religiões, e aí talvez venha um dos motivos dos preconceitos que sofremos por parte delas, afinal tiramos um pouco de seu poder quando tornamos possível aos pacientes esclarecerem alguns dos mistérios tão bem guardados pelos religiosos sobre a vida após a morte, Deus e nossa existência como espíritos eternos.
Mas voltemos ao tema. Quando pensamos em Deus, normalmente associamos a sua imagem àquela figura bondosa, de misericórdia infinita, que tanto nos fizeram acreditar as religiões que nos influenciaram, direta ou indiretamente. Como essa imagem não corresponde ao mundo em que vivemos, e a todas as atrocidades e catástrofes naturais que vemos ocorrer cotidianamente à nossa volta, somos levados a questionar de que maneira esse mundo, sendo criação divina, de um Deus que é só amor e justiça, pode ser um lugar de tantas dores e sofrimentos, principalmente com aqueles que julgamos isentos de qualquer culpa como, por exemplo, as crianças.
Não creio ser fácil para qualquer um avaliar o alcance do que seriam os desígnios divinos, pois ai temos uma instância onde impera a subjetividade, a fé e nossas próprias limitações intelectuais; mas partindo da premissa de que existe um Deus, e este tendo criado a tudo cuidaria de sua criação com esmero e amor, fica patente a nossa impossibilidade de entender a complexidade das ações envolvidas na mente de alguém tão sobrenaturalmente superior a nós. Como é que poderíamos alcançar, com nossas pobres racionalizações e ideias, as influências todas que temos agindo à nossa volta bem como quais os resultados a nível individual e coletivo de determinado tipo de ocorrência, natural ou não?
Aí podemos mencionar as guerras, os terremotos, os tsunamis, os crimes, etc. Até onde Deus interfere? qual o objetivo de tanta dor e sofrimento, às vezes absolutamente injustificados, gratuitos e incompreensíveis? Isso comprovaria o descaso ou mesmo a existência de um Deus de amor? O que faz com que algumas pessoas consigam superar os desafios de uma perda e a dor incomensurável que as atinge, enquanto outras sucumbem?
Bem, vamos a alguns esclarecimentos sobre a dor e o sofrer, o perdão a fé e a subjetividade, e o que descobrimos quando saímos dessa vida.
A primeira coisa que temos que saber é que grande parte do sofrimento que ocorre em nossa vida provém de uma única fonte, nós mesmos; somos nós que abusando de nosso livre arbítrio, usurpamos, invejamos, desejamos, tomamos e distribuímos dor e sofrimento, inicialmente, por mais que não nos apercebamos disso.
Não podemos responsabilizar Deus pelos nossos desmandos, e se usamos o livre-arbítrio para prejudicar temos que estar preparados para as consequências naturais disso, e não estou falando de castigo divino, apenas das reações que ocorrem naturalmente aos nossos atos ou à forma como as pessoas correspondem ao nosso modo de ser.
Não parece racional também usar do argumento de que algo tão subjetivo quanto o sofrimento, seja usado para provar que não existe um Deus que ama, quando, com os mesmos argumentos de excesso de subjetividade, críticos da existência de Deus se opõe a fé e as crenças de milhões de pessoas.
Outro equívoco do qual padecemos é perceber o sofrimento como algo essencialmente ruim,seja porque é doloroso ou por trazer à tona sentimentos desagradáveis, sem nos lembrarmos do quanto ele tem de positivo e de como pode nos ajudar a crescer psicológica, emocional e espiritualmente, fazendo com que transcendamos a nós mesmos. Como diz aquele ditado antigo “o que não nos mata, nos fortalece”.
Quem não lembra de como foi “empurrado” para frente na vida, ou aprendeu a ser uma pessoa melhor e de como um sofrimento ajudou a perceber coisas belas e importantes na vida que antes passavam desapercebidas?
Nunca vi, em dezenas de regressões que já presenciei, ninguém, depois de morto, achar que algum sofrimento foi em vão, pelo contrário, já ouvi de muitos, o relato de que o espírito após avaliar a vida que se foi, resolveu sofrer mais, ou de outro modo, porque precisava aprender certas lições que não tinha aprendido ainda. Ficou para mim, de todas esses relatos, o caráter educativo da dor moral e/ou emocional, principalmente para espíritos endurecidos e recalcitrantes no crime e nos desmandos.
Seja por escolha própria, ou por ajuda de outros espíritos mais adiantados, o certo é que a intenção divina é que aprendamos a sermos melhores, que superemos nossas próprias deficiências e consigamos atingir graus maiores de evolução espiritual. E para isso o sofrimento e a dor são instrumentos muito eficientes.
Fonte site: http://www.vidaspassadas.net/?p=875
sexta-feira, 22 de abril de 2011
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