terça-feira, 13 de dezembro de 2011

... e esse cansaço que me agarra pelas pernas, puxa com afinco para os braços traiçoeiros da resignação. confesso a covardia. o desejo de ignorar as coisas é perene e encantador.
volto os olhos novamente, lá está... a violência cravejada de normalidade, indignação dilacerando a carne, as diferenças tratadas com igualdades falsas, colorindo – se de anseios que não tocaram a mínima parte, o grito horrendo fortificando – se, amadurecendo...
não a como ignorar os vultos, ignorar o amor que ainda assim se sobrepõe vestido com tudo que ele pode ser e com tudo que ele é...

ando distraindo – me da multidão, amparada pelo que só eu posso me dar. por vezes me pego em desespero por estar me sentindo demasiadamente sozinha, mas essa sensação não é nova, ao contrário... é ininterrupta e muito comum entre as gentis por aí.

deixo as portas abertas a medida que consigo e mesmo quando estão encostadas vislumbrando alguma possibilidade de descanso as coisas chegam abarrotando – se nos espaços que encontram. estes ainda estão ocupados pelo velho que não desata. meu corpo se movimenta dia a dia para acomodar esse novo e esse velho constante...
e volto ao inicio. me perco. enlouqueço. 


Thaís Polidoro


Fonte: http://www.libelulante.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixem seus comentários, sua opinião é importante para mim.